A arte náutica portuguesa nasce do diálogo entre observação empírica e inovação prática. Oficinas costeiras experimentavam mastreações, pilotos trocavam cadernos de bordo e, pouco a pouco, o cosmos tornou-se instrumento. Quanto mais o horizonte se estendia, mais o cálculo ganhava corpo: correntes, marés, latitudes e rumos passaram a caber na mão do piloto.
Da barra do Tejo saíam rotas de treino, costeando Algarve e Magrebe, antes de ousar o Atlântico aberto. Essas “primeiras rotas” lapidaram um saber coletivo: ler o vento alísio, intuir calmarias, reconhecer nuvens-correio. Foi assim que a prática diária pariu a epopeia.